Luquinhas sempre foi muito ligado às artes, mesmo não
sabendo muito bem como funciona esse negócio de pintar. Às vezes, se deparava
com um quadro destes chamados de “abstratos” e ficava pensando se não poderia
fazer exatamente a mesma coisa.
Sabe aquelas pessoas que “enxergam” alegria,
tristeza e várias mensagens numa pintura que mais parece um monte de borrões e
rabiscos? Luquinhas não era assim, não. Ele enxergava só borrões mesmo... e
achava o máximo, pois sempre gostou de uma bela bagunça.
Certo dia, pediu para seus pais que comprassem tinta e
tela de quadro. Sua mãe, a dona Helena, foi buscar as coisas na papelaria e
Luquinhas se pôs a testar seus “dotes artísticos”.
Composição de cores, perspectivas, harmonia. Tudo isso
é muito bonito de se ver e é muito importante num quadro, mas exige estudo e
prática. Luquinhas nunca foi muito de estudar e, menos ainda, de praticar. Apenas
deitou a tela no chão e foi jogando tinta. Depois, espalhou tudo com as mãos,
pisou em cima, foi fazendo aquela lambança e - voilá! - saiu seu primeiro
quadro “abstrato”.
Gostou do que fez e pensou se não poderia inovar. Quem
sabe o que molho de tomate poderia fazer? Que tal jogar ovos na tela e
incrementar com farinha? E barro? Aliás, por que se limitar à tela do quadro se
poderia espalhar “arte” pelas paredes do quarto também?
A brincadeira estava até muito divertida, até que chegou a dona Helena,
que viu tudo aquilo e abriu o maior berreiro! Luquinhas ficou de castigo e teve
de limpar a bagunça que fez. Artista coisa nenhuma, né? Luquinhas é só
arteiro mesmo.