Fazia tempo que o Luquinhas sentia fome. Não fome de
verduras, de frutas... mas de bolo de chocolate. Sua mãe, a dona Helena, tinha
hábitos saudáveis e evitava fazer doces.
– Posso fazer gelatina, se quiser! Que tal uma
salada de frutas bem gostosa?
Nem pensar! Luquinhas não estava aberto a negócios.
Queria bolo de chocolate, ponto e acabou.
Um dia, dona Helena foi fazer compras e deixou o
Luquinhas jogando vídeo-game. O garoto aproveitou a deixa para testar seus “dotes
culinários”. Encontrou uma receita de bolo de chocolate na internet e logo
pensou: “olha só! Muito fácil!”
E pôs a mão na massa. Ligou a batedeira de bolo e foi
jogando ali a farinha, os ovos, o fermento. Já viram um canhão em ação? A batedeira fez uma coisa parecida, atirando melecas de farinha com ovos por
toda a cozinha. Luquinhas tentava se proteger dos “ataques” de meleca usando
uma tampa de panela como escudo, mas havia sujeira nas paredes, no chão, nos móveis, até na
cara do Luquinhas. Um furacão que passasse por ali teria provocado menos
estragos.
Luquinhas, teimoso como sempre, não desistiu. Pegou
umas maçarocas do chão e foi jogando no forno elétrico. Devia ter exagerado no
fermento, pois aquela massa foi crescendo e tomando todo o espaço do forno. Um cheiro
de coisa queimada empesteou a casa toda, pois o forno entrou em curto-circuito
e quase pegou fogo. Que desastre!
No fim, Luquinhas tomou um belo sermão e, por
castigo, foi proibido de jogar vídeo-game por uma semana. Pelo menos, ganhou um
pedaço de bolo de chocolate que seu pai havia trazido de uma festinha de
aniversário da empresa em que trabalhava. Se tivesse ficado quietinho antes,
Luquinhas estaria comendo bolo de chocolate enquanto jogava vídeo-game.